quinta-feira, março 22, 2007

Vida de correspondente 1


Vida de correspondente tem seus prós e contras. Trabalha-se muito, mesmo sem trabalhar, sente-se mais solidão, mesmo falando com várias pessoas durante o dia. Às vezes, esses contatos são tão virtuais - conversas por e-mail, MSN, recadinhos no orkut - que dá saudade da redação.

Mas eu, aqui em casa, tenho o privilégio que muitos coleguinhas não têm de olhar pro meu sofá de vez em quando e esticar as pernas. Mas não tenho o mesmo privilégio de "fechar a lojinha", bater o cartão e ir pra casa.

Para quem não sabe, correspondentes também ampliam seus conhecimentos musicais. Eu, por exemplo, ouço o dia inteirinho as músicas da banda Calypso, que algum vizinho desavisado não passa um dia sem escutar. De vez em quando, me pego com vontade de sair mexendo o corpo e imitar Sidney Magal cantando "Sandra Rosa Madalena". Não posso reclamar, já que de vez em quando, ele dá uma variada e coloca Leonardo! As melodias são tão arrastadas que me sinto triste no meio da tarde e não sei o motivo. Quando dou por mim, lembro que é o Leonardo...

Há uma colega-concorrente-correspondente que aprendeu a gostar de Roupa Nova de tanto que o som toca por volta das 18h30, diga-se de passagem, um ótimo horário para quem está fechando matérias... (risos)

Às vezes, a música por aqui está tão alta que o entrevistado até desconfia se estou em um ambiente de trabalho ou em uma festa brega. Uma vez, num calor de quase 40 graus, precisei fechar as janelas de casa para que o som não entrasse... Ainda aumentei a televisão... Quase não ouvia a pessoa do outro lado da linha, mas sentia o suor brotar...

Além de acordar cedo com medo de ter levado furo, dormir tarde vendo os jornais da noite "pra não perder nada", vire e mexe escutamos gracinhas dos colegas paulistanos do tipo: "meu, vc trabalha em Santos, duvido que não dê uma escapadinha e vá pra praia!" Isso mata qualquer um!
Foto: Marcelo Justo