domingo, setembro 23, 2007

Roupa nova

Estava mesmo precisando comprar uma roupinha nova. Afinal, já passara mais de mês que assinara um cheque para colocar roupas novas em seu armário. Não fez extravagância nenhuma. Comprou apenas uma calça leg preta e uma batinha cor-de-rosa (para fazer parte "fase cor-de-rosa" que ela estava vivendo).

Entrou na loja com o intuito de apenas acompanhar a mãe, que estava vivendo um surto inovador e queria comprar tudo quanto é "roupinha-basiquinha-moderninha". A dona da loja foi desdobrando as peças e olhos dela começaram a brilhar. Em um momento de auto-controle total, pensou: "Não faça isso, você não tem dinheiro."

A vendedora, que também era dona da loja, começou a mostrar as peças com o entusiasmo que só elas têm. E ela começou a olhar algumas blusas com um pouco mais de atenção. Pegou uma, olhou e perguntou se tinha de outra cor. Foi, então, que deu-se início a um desfile completo do estoque. Ela gostou de umas 10 peças, mas dizia para si mesma que não estava precisando de nada. No fim, pegou algumas "só para provar". Provou. Gostou. Comprou. Mas só um conjuntinho, porque não estava podendo gastar.

Estreou no aniversário do meu cunhado, à noite. No domingão, estava com vontade de usá-lo de novo, tão gostoso o danado era. Foi à pé para a casa da mãe, almoçar. Embora todo mundo tenha falado que a roupa ficou ótima e a família tenha dito que ela ficou "mais magra" (um elogio com duplo sentido, diga-se de passagem...), foi a frase do porteiro que mais a marcou: "Nossa, quase não reconheci!". Levou para o lado positivo, porque a dita-cuja também pode ter dupla interpretação. Terminou o dia sentindo-se dentro de "O Diabo veste Prada". Afinal, qual mulher não se sente bem em uma roupa nova? Elas valem mais para a auto-estima feminina que o que efetivamente se paga. Sentiu-se ótima, renovada. Semana que vem, já decidiu: volta ao shopping!