quinta-feira, março 23, 2006

A cada escolha, uma renúncia...

Casar, estudar, ter filhos, prestar vestibular, mudar de cidade, viajar: a cada escolha que fazemos, carregamos, ao menos, uma renúncia. Nas últimas semanas tenho andado em dúvida sobre qual caminho seguir. Tenho vontade de fazer outra faculdade, mas sei que terei de abrir mão de algumas coisas durante esse período.

Às vezes, é difícil tomar decisões. Na vida profissional, fiquei alguns momentos dividida sobre o que fazer. Continuar em um emprego que eu adorava, com uma chefe inteligente e amiga, ou me aventurar em uma empresa maior, que me desse mais visibilidade no início de carreira? Voltar para Santos ou permanecer em São Paulo?

A vida profissional foi apenas pinçada entre os tantos exemplos que temos de escolhas e renúncias. Ao decidirmos, por exemplo, questionar alguém sobre uma atitude, corremos o risco de ofender, magoar, machucar. Ao decidirmos não falar mais com um amigo, aceitamos o risco de tirá-lo da nossa vida.

A pergunta de sempre é: e se der errado? E se as coisas não saírem como pensamos? A escolha do que fazer a partir desse momento é fundamental. E continua sendo uma opção. Se der errado, temos obrigação de seguir em frente. Tentar de novo. Continuar querendo acertar.

O jogo da vida é esse: pesar, decidir, escolher. Mudar, acertar ou errar. Pensar em assumir o risco. E arriscar.

sexta-feira, março 03, 2006

País das fantasias

Amigos, perdoem-me a falta de inspiração nos últimos dias, mas acho que tive alguma coisa parecida com a síndrome de Capote, que escreveu "A Sangue Frio" e nunca mais conseguiu terminar um livro com medo de não repetir o sucesso do anterior. ;-))

Como acabamos de passar pelo Carnaval, resolvi fazer um plágio de mim mesma e refazer um texto meu, do Carnaval de 1999 (quando eu ainda estava no segundo ano de jornalismo), publicado no saudoso caderno Tribu, do jornal "A Tribuna".

O texto, intitulado País das Fantasias, é uma mistura de ingenuidade e consciência, próprias dos nossos 19 anos. Aqui, meu muito obrigada a Fernanda Trigueiros, que acreditava em mim já naquela época... Obrigada também aos amigos que me incentivaram deixando mensagens no blog... Beijos a todos!

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Hoje é Carnaval! Muitos acordarão tarde em razão da folia de ontem. Outros, mesmo acordando cedo, sem terem ido ao baile, sentem-se mais alegres vendo as vinhetas da TV repletas de samba.

Nosso país é o país das fantasias. E isso acontece porque o povo brasileiro sente necessidade de ser iludido. Notamos isso olhando para a realidade. Estamos em meio a uma grave crise financeira, mas mesmo assim, o Carnaval continua sendo Carnaval. Com toda sua magia e ilusão...

Fantasiado, o povo usa-o como escudo, precisando dele para se esconder das dificuldades da vida lá fora. Com a festa, esquecemos que nossa situação ainda pode se agravar, esquecemos de tudo! Nesses cinco dias, o Brasil mascarado se deixa levar pela música...

O mesmo acontece com a Copa do Mundo, em que deixamos um único sonho tomar conta de todos os brasileiros. O sonho da vitória. A certeza de sermos, ao menos em algo, melhores que os outros! E há coisa melhor? Há sentimento mais gostoso? Então, vamos nos vestir, nos preparar e ver a banda passar...